Poesia
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“Quero é agradecer ... o poema "Vasto Mundo", tão lindo para mim, que estou dentro dele. Obrigado, Vera Lúcia." (Carlos Drummond de Andrade, comunicazione personale, 1982) “Passei o final da tarde de ontem a ouvir você em seus poemas. Li-os com a melhor atenção, a princípio, e depois com o meu melhor carinho, já que as suas palavras e os seus versos, os significados da sua existéncia neles traslúcida, deram-me a certeza de estar conversando com alguém que sente e se expressa como poeta, ou seja, recriando-se em rosto próptio sob a sombra dos seres e das coisas. ... A porta range no fim do coredor: é mais você, seus desencantos, seus cortes inesperadamente duros na moleza das horas." (Moacyr Felix, comunicazione personale, 1982) “Na maioria das vezes sua poesia é tão delicada que fico com pena de não ter sentado ao seu lado, quando estive aí, para conversar muito tempo. Tenho certeza que passariam horas e horas 'sem que eu desse pro mim'. E tem versos de uma sensibilidade tão grande que, sinceramente, como diz você, 'eu me calo'. A poesia perturba, sim, mas é o preço que pessoas como você pagam por terem as antenas da percepção tão sensíveis, capazes de sintonizar tanta coisas suaves, belas e quase imperceptíveis." (Oswaldo França Junior, comunicazione personale, 1982) Cacaso (Antônio Carlos Brito) (...) Bem diversa é a atitude de Vera Lúcia de Oliveira, com A Porta tange no Fim do Corredor. Vera Lúcia concebe o poema como uma espécie de lição de casa, exercício responsável e caprichoso. Seus modelos são Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira, pesquisados na forma e no caráter. A poeta quer ser como seus modélos foram, ou são: por isso faz pose. Vera Lúcia denota um amadurecimento precoce, algo como urna adolescência posando e experiente; misto de imitação e !entidade própria. A tristeza, assim orno o tédio, torna-se um estado psicológico permanente, meio postiço, meio autêntico, que vai encontrar a poesia uma forma de evasão e de superação. O sentimento é fingido mas, o fingimento é verdadeiro. O tempo do poema é lento. A atmosfera é silenciosa. Como em “Canto triste”: “Ri nas coisas o meu riso / Não ri em mim...” Ou nos versos: “Sentia tanta honestidade em existir naquilo tudo / tanta mansidão / que me calei”. O poema é uma quebra do silêncio e, ao mesmo tempo, uma forma do poeta silenciar. Por isso é conciso, econômico, ponderado, numa busca de essencialidade de visão e de forma. A verdade é uma aparência e uma intuição interior. Vera Lúcia sente a dor que deveras finge. Essa atitude poética, baseada na escuta e na observação, na referencialidade a modelos, não deixa de ser anti-ilusionista. A pose não faz pose. (Cacaso, "Poesia feminina entre o mosaico lírico e um mundo sem musas", Folha de São Paulo, Brasile, 1/7/1984) Inizio pagina corrente Critica Poesia (by Claudio Maccherani ) |